Data: 01-02-2012
Criterio: B1ab(iii)+2ab(iii)
Avaliador: Miguel d'Avila de Moraes
Revisor: Tainan Messina
Analista(s) de Dados: CNCFlora
Analista(s) SIG: Marcelo
Especialista(s):
Justificativa
Nidularium kautskyanum é endêmica do Brasil e ocorre exclusivamente no Estado do Espírito Santo. Seus registros foram realizados nos municípios capixabas de Alfredo Chaves (tipo), Castelo e Venda Nova do Imigrante. A espécie tem distribuição restrita (EOO=375,22 km²; AOO =32 km²), e está sujeita a três situações de ameaça. A região vem sofrendo com a perda e degradação de hábitat, devido à cultura cafeeira, que tem sido responsável pela supressão das florestas de encosta na região serrana do Espírito Santo. Assim, a espécie foi avaliada como "Em perigo" (EN).
Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.
Nome válido: Nidularium kautskyanum Leme;
Família: Bromeliaceae
Descrito originalmente na obra Selbyana 16: 117. (1995) por E. Leme, N. kautskyanum apresenta evidente afinidade morfológica com N. scherementiewii. Diferenciam-se essas duas espécies prontamente pelo porte acentuadamente menor e mais delicado em N. kautskyanum, além de inflorescência com diâmetro muito menor, brácteas florais mais estreitas, sépalas estreitamente elípticas e pétalas mais estreitas e menores (Leme, 2000). O mesmo autor indica ainda uma finidade grande de N. kautskyanum com N. mangaratibense, dividindo com este táxon o status de menor espécie do gênero.
As populações conhecidas de N. kautskyanum apresentam distribuição esparsa em encostas florestadas (Leme, 2000; Biodiversitas 2005).
A espécie é endêmica do Brasil, ocorrendo exclusivamente no Estado do Espirito Santo (Leme, 2000; Martinelli et al., 2008; Forzza et al., 2011). Seus registros foram realizados nos municípios capixabas de Alfredo Chaves (tipo), Castelo e Venda Nova do Imigrante (Leme, 2000; CNCFlora, 2011). N. kautskyanum foi coletada entre 900 e 1.000 m de altitude (Leme, 2000). Foi considerada "Rara" (Wanderley et al., 2009).
Planta herbácea, terrestre sobre a serra pilheira ou epífita nos estratos inferiores sobre troncos e galhos (Leme, 2000). Ocorre em Florestas Ombrófilas Densas (Martinelli et al., 2009), nos estratos mais inferiores em matas nebulares de altitude nos chamados "Morros de Sal", que apresentam solo composto por um tipo de areia grossa quartzítica (Leme, 2000).
1.1.3 Non-timber plantation
Severidade
medium
Detalhes
A cultura cafeeira vêm suprimindo as florestas de encosta na região central do Estado do Espirito Santo (MMA, 2008).
4.3 Corridors
Situação: on going
Observações: A espécie ocorre dentro dos limites do Corredor de Biodiversidade Central (CC) da Mata Atlântica (Martinelli et al., 2008).
5.7 Ex situ conservation actions
Situação: on going
Observações: Foi reportado a existência de três clones em cultivo e menciona ainda o fato de a população de N. kautskyanum não estar legalmente protegida através de unidades de conservação (SNUC).
1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: A espécie consta no Anexo II da Instrução Normativa nº 6, de 23 de setembro de 2008 (MMA, 2008), sendo considerada portanto, "Deficiente de Dados" (DD). Em avaliação empreendida pela Fundação Biodiversitas, a espécie também foi considerada "Vulnerável" (VU) (Biodiversitas, 2005).
1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Foi considerada "Vulnerável" (VU) em avaliação de risco de extinção empreendida para a flora do Estado do Espirito Santo (Simonelli; Fraga,2007).
- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.
- FORZZA, R.C. ET AL. Bromeliaceae. In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB000066>.
- FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS. Revisão da lista da flora brasileira ameaçada de extinção. Belo Horizonte, MG: FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA, 2005.
- WANDERLEY, M. G. L.; LOUZADA, R. B.; SOUSA, G. M. DE ET ALGIULIETTI, A. M.; RAPINI, A.; ANDRADE, M. J. G. DE ET AL. Bromeliaceae. Belo Horizonte, MG: Conservação Internacional, 2009. 496 p.
- MARTINELLI, G.; VIEIRA, C. M.; LEITMAN, P. ET AL. Bromeliaceae. In: STEHMANN, J. R.; FORZZA, R. C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. p.186, 2009.
- MARTINELLI, G.; VIEIRA, C. M.; GONZÁLEZ, M. ET AL. Bromeliaceae da Mata Atlântica Brasileira: Lista de Espécies, Distribuição e Conservação. Rodriguésia, v. 59, n. 1, 2008.
- LEME, E.M.C. Niudularium - bromélias da Mata Atlântica. Rio de Janeiro, RJ: Sextante, 2000.
- SIMONELLI, M.; FRAGA, C. N. Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo. Vitória: Ipema, 2007. 144 p.
- Banco de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.
CNCFlora. Nidularium kautskyanum in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora.
Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Nidularium kautskyanum
>. Acesso em .
Última edição por CNCFlora em 01/02/2012 - 16:18:17